Na
busca permanente de informação e conhecimento a APAE-Mauá
realizou uma palestra sobre a dislexia, no dia 08 de abril, com
a psicopedagoga Maria Helena Gonçalves, de São Bernardo
do Campo. O evento, coordenado pelas fonoaudiólogas Carla
Wohnrath e Ana Paula de Lima Bronzatti, foi aberto a profissionais
da área, atraindo um público de toda região
do ABC.
A fim de ampliarmos esta discussão acerca
da síndrome da dislexia, elaboramos aqui cinco questões
básicas a serem respondidas por Maria Helena Gonçalves.
1- O que é a dislexia?
A Dislexia é uma dificuldade de aprendizagem,
que envolve a leitura e aquisição de uma automatização,
de crianças escolarizadas sem comprometimentos sensoriais
e psíquicos já existentes. Este problema é
de base cognitiva, que afeta a habilidades lingüísticas.
É uma alteração dos neurotransmissores. Portanto
a capacidade de ler e escrever de uma criança está
abaixo de seu nível de inteligência.
2- Quais os aspectos da dislexia que devem ser
observados com atenção?
A Dislexia não é uma patologia.
Não é curável e não se usa medicação.
As pessoas nascem e permanecem disléxicas, portanto, as pessoas
são disléxicas e não estão disléxicas.
Não existem disléxicos entre os analfabetos.
3- A dislexia é hereditária?
Ela é congênita e hereditária.
4- Quais os indicadores para o diagnóstico
precoce da dislexia?
Quanto mais cedo for realizado o diagnóstico,
maiores são as chances de tratamento especializado, amenizando
desta forma as conseqüências das dificuldades escolares
e sociais. Desde a pré-escola alguns sinais como fraco desenvolvimento
da atenção, atraso no desenvolvimento da fala e escrita,
dificuldade em acompanhar histórias, memória imediata
e organização geral prejudicadas, podem nos ajudar
na observação para o diagnóstico.
5- Como uma pessoa com dislexia pode enfrentar
a vida acadêmica?
Alunos disléxicos podem ser bem sucedidos em uma sala de
aula regular. O sucesso dependerá do cuidado em relação
a sua leitura e das estratégias usadas. A criança
que não vai bem na escola tem consciência de suas dificuldades,
mas na sabe o que fazer e como encarar tal fracasso. Quanto mais
tempo passar sem que ele tenha ajuda, maiores serão suas
dificuldades. A escola e a família exercem papel fundamental
para o sucesso das crianças portadoras de dislexia. Os pais
devem ser pacientes, persistentes e acreditar no potencial do seu
filho. A escola deve melhorar sua auto-estima, monitorando as atividades
e redobrando o cuidado com a avaliação. Nós
na prendemos pelo fracasso, mas pelo sucesso.
|
|